Passado e presente da maquiagem!

 

Na antiga civilização egípcia (cerca de 3.100 a.C.), homens e mulheres usavam minérios como maquiagem. A argila ocre era aplicada para assustar inimigos, em rituais religiosos e para realçar a beleza. Essa tradição persiste em algumas tribos africanas e nos índios brasileiros

Durante esse período, devido ao intenso calor do deserto do Saara e à escassez de nuvens, as pessoas desenvolveram unguentos e pastas para proteger a pele e os olhos do sol os olhos eram realçados formando o efeito que corriqueiramente observamos representado nas estátuas e desenhos egípcios. Sua importância era tamanha que não era incomum que ele composse as listas de oferendas durante o Antigo Império.

Essa maquiagem, de origem semítica, era chamada de mesdemet e remanesce do Período Faraônico no Egito, era obtido de vários minerais.

Nefertiti Bust, Egito  Tell el-Amarna, Novo Reino, 18ª Dinastia, ca. 1351–1334 aC

O azul encontrado nas pálpebras e sobrancelhas de em algumas imagens estava relacionado com o lado místico da sociedade egípcia, onde os cabelos das divindades seriam azulados.

Aprenda a ser uma maquiadora e as melhores técnicas para se tornar sua paixão em renda, clicando aqui.

Muitos historiadores consideram que os antigos sumérios (primeira civilização a ocupar a região sul da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates atual Iraque e Kwait) foram os inventores do batom, em 3.500 A.C. 

Vale mencionar que aos sumérios é atribuída há cerca de 6000 anos, duas importantes invenções: a escrita e a roda.


Grécia e Roma antiga (800AC-500DC) 


                                    Helena de Tróia de  Evelyn De Morgan, 1898

Aprenda a ser uma maquiadora e as melhores técnicas para se tornar sua paixão em renda, clicando aqui.

Na mente grega a beleza tinha um propósito; era uma realidade ativa e independente. O grande número de espelhos encontrados nas sepulturas gregas mostra que a beleza realmente contava.

A palavra cosmético deriva da palavra grega 'Kosmetikos', que significa consciência de harmonia, organização e tranquilidade. O foco eram os lábios, onde ceras e óleos tinham a função de hidratar a boca. As mulheres de altas classes adotaram alguns hábitos egípcios, que fizeram sucesso até a queda do Império Romano, onde a igreja começou a reprovar o uso dos cosméticos.

Elas usavam chumbo branco ou giz para o rosto e vermelho de algas ou solo mineral vermelho para os lábios. Elas também usaram pó de hena, sucos de frutas, lápis de carvão e raiz de vegetais de malva. Elas aumentavam suas sobrancelhas com carvão ou antimônio ralado, que é um mineral metálico cinza. Seus cílios eram polidos com uma mistura de clara de ovo, amônia e resina em vários tons de branco, vermelho, preto, verde e azul. Já está claro que a criatividade não era um problema quando se tratava de beleza.

 

 Para cuidar da pele, as romanas usavam uma máscara de farinha, miolo de pão e leite durante a noite. Dizem que Popeia, segunda mulher do Imperador Nero, conseguia uma pele muito branca graças aos banhos de leite de jumenta combinado com miolo de pão e farinha de favas. Para manter esta aparência apelavam para misturas de giz, pasta de vinagre e cascas de ovos.

Japão

No Japão, o uso da maquiagem era comum e constante. Mulheres, que passavam por um longo processo até serem chamadas de gueixas, pintavam suas peles de branco e combinavam com bochechas rosadas. As sobrancelhas eram marcadas e sombreadas, e os lábios vermelhos.

Para contrastar com a pele extremamente branca, os lábios eram pintados de vermelho vivo.
Diz-se que eram pintados da cor de sangue pois o branco da pele lembrava a cor dos mortos e o vermelho sangue é símbolo de vida.
O vermelho também é aplicado nos olhos, em forma de delineado e é usado para preencher as sobrancelhas.

A cultura permanece até hoje, sendo uma tradição no país.


A Maquiagem Na Renascença- 1350-1600

Durante a Renascença, a maquiagem ganhou nova popularidade, especialmente entre as classes ricas e nobreza. A maquiagem era vista como uma forma de expressão artística e um sinal de riqueza e status social.

 A maquiagem da época era feita com substâncias naturais, como pó de arroz, cera de abelha, óleos, e pigmentos minerais e vegetais. A maquiagem era usada tanto por homens quanto por mulheres, mas a maquiagem masculina era mais discreta.

Os cosméticos eram elaborados e requintados, como por exemplo, a pomada de rosas, que era usada para iluminar a pele, ou a pasta de dentes de alabastro, que era usada para clarear os dentes. As pessoas também usavam perfumes elaborados, e esses eram produzidos com ervas e flores.

Aprenda a ser uma maquiadora e as melhores técnicas para se tornar sua paixão em renda, clicando aqui.

Século XV – XVI: No século XVI, as mulheres utilizavam pó branco, bochechas vermelhas e nos lábios, uma mistura de corante de cochonilha (A cochonilha trata-se de um inseto que não mede mais que 3,5 milímetros, geralmente é coberto por uma substância cerosa branca, cinza ou marrom, que pode dar a aparência de uma pequena concha ou algodão).

Os olhos, contrariamente aos períodos anteriores, jamais eram maquiados, a fim de não esconder “a janela da alma”. Homens e mulheres escondiam as imperfeições da pele, sob uma camada de pintura branca (pó de Caulim - argila branca, gesso ou pó de arroz)

A mulher perfeita do século XVI e XV tinha de ser essencialmente loira e pálida, com olhos azuis e uma silhueta cheia. A pele pálida mostrava que você era rica e não precisava trabalhar no sol para garantir seu sustento.

Nós pensamos em Nostradamus (1503-1566) como o homem que previu o fim do mundo, mas ele também escreveu um livro sobre os segredos da beleza.

Século XVII – XVIII: No oriente, as gueixas japonesas uniformizavam o rosto para ficarem parecidas com as bonecas de porcelana, pintavam-se de branco com um pó espesso e argiloso feito de farinha de arroz, chamado Oshiroi, e a boca vermelha em formato de coração. As mulheres evitavam o sol para manterem-se brancas. Todas usavam a mesma maquiagem, pois com todas iguais evitava-se confrontos e ciúmes entre os homens.

 

Em uma das peças mais famosas de Shakespeare 1564-1616, Hamlet repreende Ophelia dizendo: ‘Deus vos deu um rosto, e você faz dele outro‘. Shakespeare estava fazendo uma referência ao uso de cosméticos de Ofélia, e ele não estava sozinho em suas objeções.

A Maquiagem no século XIX:

No século XIX, com o advento da indústria química, a maquiagem começou a ser produzida em escala industrial, tornando-se mais acessível às massas e mais barata sendo disponibilizada em embalagens mais práticas e transportáveis.

 

As principais matérias-primas utilizadas na produção de maquiagem da época eram substâncias químicas, como cera de parafina, óleo mineral e gordura animal e pigmentos naturais. Algumas das outras matérias-primas comuns incluíam:

 É importante lembrar que as maquiagens do século XIX eram produzidas sem os padrões e regulamentos de segurança e higiene atuais, e muitas dessas substâncias eram potencialmente tóxicas.

Além disso, a maquiagem também passou a ser associada com a moda e a beleza, especialmente com a popularidade crescente de revistas de moda e de ilustrações de moda. Isso levou ao surgimento de novos produtos de maquiagem e à criação de novos estilos de maquiagem, como o estilo "beauty mark", onde as mulheres usavam pequenos marcadores de beleza na face.

 

Com toda essas evoluções na indústria, também surgiram as primeiras marcas de maquiagem:

Rimmel: fundada em 1834 por Eugene Rimmel, é considerada a primeira marca de maquiagem comercializada em massa.

Ponds: fundada em 1846, é conhecida por seus cremes de beleza e foi uma das primeiras marcas a usar celebridades em suas campanhas publicitárias.

Avon: Fundada nos EUA em 1886, é uma das maiores empresas de vendas diretas de cosméticos do mundo.

Aprenda a ser uma maquiadora e as melhores técnicas para se tornar sua paixão em renda, clicando aqui.

A maquiagem no século XX:

No século XX, a maquiagem continuou a evoluir junto com a ciência e da tecnologia para se tornar cada vez mais sofisticada como maquiagem à base de água e maquiagem à prova d'água, além da diversificação que também aumentou e ajudou a tornar a maquiagem uma forma de expressão artística e individual.

 

A maquiagem também se tornou mais acessível e popular entre as mulheres de classe média, graças à produção em massa e ao surgimento de marcas populares e baratas. Confira algumas das marcas que surgiram no século XX:

 

L'Oréal: Fundada na França em 1909, Max Factor: fundada em 1909, Elizabeth Arden: fundada em 1910, Chanel: Fundada em 1913 na França, Maybelline: Fundada nos EUA em 1915, Estée Lauder: Fundada em 1946 nos EUA, Natura: Fundada no Brasil em 1969, O Boticário: Fundada no Brasil em 1977, MAC: Fundada em 1984.

 

1910: Durante a era eduardiana ou  a Belle Époque, a palavra "makeup" não existia e a maquiagem era considerada algo para as mulheres de má reputação, como atrizes e prostitutas. Mas secretamente as mulheres mais ricas faziam uso dos cosméticos, como 
cremes e pós muito claros. A pele clara definia as classes, peles muito brancas eram da nobreza, já as de peles mais escuras eram de classes mais baixas, pois trabalhavam na terra, no sol.

1920 

Após esse período, a maquiagem viveu várias fases. Em alguns momentos foi símbolo de status e poder. A partir de 1920, a make passa a ocupar outro lugar e se renova a cada nova década.

É poca em que a maquiagem diária foi normalizada. Os olhos escuros e lábios vermelhos eram o visual clássico dessa época. Ah! A pele bronzeada, popularizada por Coco Chanel, representava uma vida de lazer e luxo.

 

Nos anos 1930, , as atrizes e todo o glamour hollywoodiano eram as maiores referências na história da maquiagem. O contorno, que hoje é super utilizado no nosso dia a dia, surgiu durante essa década, assim como as maquiagens permanentes para desenhar as sobrancelhas - o que comprova que a história é cíclica e algumas tendências sempre acabam retornando. E reafirmando o desejo por uma longa durabilidade, em 1939, surge o primeiro produto à prova d’água.


Devido à Segunda Guerra Mundial, as opções de produtos de maquiagem eram limitadas, na década de 40. Inspirada nas atrizes de cinemas, a tendência era uma maquiagem clássica e naturalmente glamourosa, iniciando a onda da make clean.


1950

A década de 50 é considerada a mais bonita na indústria da beleza e em Hollywood, isso porque, o período pós-guerra gerou nas mulheres o desejo de estar sempre impecável. A chegada do cinema em cores também influenciou, já que agora era possível observar os detalhes da maquiagem de grandes estrelas, como Marilyn Monroe. O resultado foram makes naturais, mas marcantes, que valorizam os traços das mulheres.

1960

Com o crescimento dos movimentos de direitos das mulheres, muitas viram a indústria de cosméticos como uma forma de opressão, já que o ato de se maquiar tomava horas do dia das mesmas, além de reforçar os padrões de beleza. Somado a isso, havia a dificuldade em encontrar produtos para mulheres negras, o que mostrava uma indústria seletiva e discriminatória. 

Quem não abandonou a maquiagem, focou em sua versão mais simples ou deu destaque para os olhos. Impossível não lembrar do icônico visual da Twiggy, por exemplo.

Aprenda a ser uma maquiadora e as melhores técnicas para se tornar sua paixão em renda, clicando aqui.



1970

O universo da música estava em um momento muito forte na década de 1970, influenciando diretamente na maquiagem. De um lado víamos brilhos e cores, clássicos do Disco, de outro, olhos pretos e marcados, característicos do movimento Punk.




 1980
Em 1980, Madonna era um dos principais nomes na música, logo podemos imaginar que sua maquiagem marcada inspirou muitas pessoas. Cores vibrantes, com olhos e boca pigmentados eram os visuais preferidos da época

 

1990

A era das supermodels, também trouxe à tona uma variedade de tribos e subculturas, criando na maquiagem um lugar de experimentação e identificação. Entretanto, uma coisa é certa, as sobrancelhas finas dominavam os visuais.



2000

Ah, os anos 2000… Quantas tendências de beleza a década nos serviu. Nos lábios, muito gloss e contorno labial. Nos olhos, sombras em tons frios, sobrancelhas finas e muito glitter. Os 2000 's nos marcou tanto, que até hoje relembramos e usamos algumas de suas trends icônicas.

Dias atuais

Hoje em dia, a história da maquiagem é marcada por ser um lugar cada vez mais diverso e amplo, onde não são apenas as mulheres que se destacam utilizando os produtos cosméticos. As redes sociais ajudaram a disseminar culturas e tendências, que se renovam - ou repetem - a cada ano.

 Aprenda a ser uma maquiadora e as melhores técnicas para se tornar sua paixão em renda, clicando aqui.

Referências

 

www.pucsp.br/maturidades/curiosidades/curiosidades_ed69.html

http://arqueologiaegipcia.com.br/

RICE, Michael. “Glossary”. In: RICE, Michael. Who’s Who in Ancient Egypt. Londres: Routledg, 1999.

STROUHAL, Eugen. A vida no Antigo Egito. (Tradução de Iara Freiberg, Francisco Manhães, Marcelo Neves). Barcelona: Folio, 2007.

A arte tradicional da maquiagem das gueixas japonesas (arquivodacat.com) http://arquivodacat.com/a-arte-tradicional-da-maquiagem-das-gueixas-japonesas/

Dos tempos egípcios até os dias atuais, conheça a história da maquiagem

http://stealthelook.com.br/dos-tempos-egipcios-ate-os-dias-atuais-conheca-a-historia-da-maquiagem/

https://amauryjr.blog.bol.uol.com.br/2020/08/02/a-beleza-grega-o-preco-da-beleza-na-grecia-antiga/?cmpid=copiaecola  

Mulheres ao longo da História (3): Mesopotâmia- Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues  https://ensinarhistoria.com.br/mulheres-ao-longo-da-historia-3-mesopotamia/#4 - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues

Veja como o batom vermelho evoluiu através da história  harpersbazaar.uol.com.br/beleza/conheca-a-historia-do-batom-vermelho/






 




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tônicos para a pele, para que serve?

Taxa de proteção do protetor solar.